Uandá em Porto Alegre

Tecer, costurar, trançar, unir pontos. Na tentativa de traçejar caminhos da cultura negra e sua interação com a produção artística do sul do país, o projeto Uandá – Africanidades Sul-Brasileiras propõe a realização de um espetáculo que servirá como fio condutor para o início de um debate profícuo, provavelmente já iniciado, mas para o qual pretendemos criar um circuito de articulação.

Assim, a intenção de traçar panoramas, retratos desta artisticidade afro-brasileira, justamente pelo contato entre artistas e profissionais ligados a este meio, apenas iniciados por meio desta produção. E é no processo que percebemos o potencial desta articulação, assim a riqueza da breve visita que fizemos à Porto Alegre para fazermos nossas primeiras parcerias.

Um primeiro contato, feito por meio da capoeira, mais especificamente de Ratinho, idealizador e professor do Grupo de Capoeira Angola Rabo de Arraia, nos deu indícios da multiplicidade de atores que constituem o cenário da cultura negra na capital gaúcha. Tempo e recursos escassos para contatar todas as entidades e pessoas citadas, fomos diretamente a alguns locais que pensamos como essenciais. Nosso ponto de partida foi o Ponto de Cultura Instituto Afrosul – Odomodê. Lá fomos recebidos por seus principais articuladores, que nos interaram sobre as diversas redes as quais o Odomodê está ligado, entre estas a Rede Mocambos.

No mesmo dia fomos até a sede do Africanamente - Centro de Pesquisa, Resgate e Preservação das Tradições Afrodescendentes, onde fomos recebidos por Nina Fola e Paulo Centeno. Em uma conversa breve, definimos de que forma iríamos construir a parceria neste projeto. No dia seguinte, seguimos para a Associação Satélite Prontidão, com a qual já tínhamos agendado uma visita e onde fomos recebidas cordialmente pelo senhor Nilo Feijó, presidente da Associação, e seu filho Nilo Felippe Feijó. Foi na Satélite que fechamos uma de nossas principais parcerias, onde conseguimos o local para a realização do evento, bem como o apoio na produção do mesmo. Após a passagem na associação fomos até a Escola de Samba Fidalgos e Aristocratas. Lá, em uma conversa com o tesoureiro Alexandre e com dona Lizeli ficamos sabendo da amplitude do trabalho da escola, que se colocou como parceira e integrante da rede Uandá.