PIXAIM (PR)


“Pixaim” teve a inspiração na antologia de contos contemporâneos de autores de origem africana, Terra de Palavras, organizado por Fernanda Felisberto e irá apresentar os contos dos brasileiros Lande Onawale (Mukondo e A Bailarina) e Kátia Santos (Meu Deus, Cadê Esse Menino!). Além destes, o título do espetáculo teve como referência o conto “Pixaim” de Cristiane Sobral, e também apresenta a poesia “ Mulata Exportação” de Elisa Lucinda. Sob direção de Rafael Camargo, Pixaim trata da questão da invisibilidade do povo afrodescendente brasileiro, abordando situações cotidianas da vida de negros e negras no Brasil. A narrativa é fragmentada e permeada por vídeos e imagens projetadas no palco que contextualizam a forte presença da cultura destas populações na nossa história. A montagem conta com cinco atores negros em cena. "A idéia é mostrar a história e não reiterar apenas a escravidão. A forma como o negro é tratado hoje revela como eram tratados na época da escravidão e de como este imaginário se construiu e se manteve ao longo do século”, explica Diniz.

Texto contundente
Os fragmentos incluem depoimentos dos atores falando sobre preconceito e discriminação, inspirados nas experiências de cada um. “A intenção é dar voz as situações cotidianas com o objetivo de identificar que o racismo brasileiro existe,e, ao mesmo tempo, participar de um processo novo na sociedade brasileira que possa minimizar no interior das relações raciais, as questões relacionadas a cor, gênero, raças ou religiosidades e orientação sexual. É na diferença que se constitue as identidades brasileiras.”, comenta a assistente de direção Kátia Drumond.

A estética do espetáculo valoriza a palavra e a imagem: apenas um espaço de cor branca e os atores. Não há figurino nem o tempo cronológico formal. "A tensão está na substituição de situações pelos atores em cenas entrecortadas com imagens fotográficas, vídeo e música. Um movimento de possibilidades de ser e estar, pontua o comportamento replicante da intolerância, do preconceito velado e do desrespeito corriqueiro em situações cotidianas. Um quebra cabeça é montado e a peça final fica a cargo do espectador", enfatiza Camargo.

Elenco no Uandá: Simone Magalhães
 

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